segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Paixão

Na vida, no que à paixão diz respeito, não há lugar para meias-medidas.
Não há espaço para poupança.
Se vale a pena, e toda a paixão vale a pena, o único caminho é a entrega total.
O empenho sem restrições.
E, mais do que vida, futebol é paixão.
Mais do que de cautela, vive de entrega.
E, mais do que desinspiração, foi a poupança que traiu o Porto.
Ao querer resguardar os seus trunfos no jogo contra o Sporting, Jesualdo traiu o futebol.
Ao encarar com sobranceria a taça da Liga, revelou uma recorrente falta de paixão.
Ao invés, Quique Flores demonstrou que qualquer jogo interessa.
Que qualquer competição vale a pena.
Que quem quiser jogar de águia ao peito, tem que o fazer com paixão.
Tem que demosntrar empenho.
Exibiu amor incondicional ao jogo.
Ganhou com isso uma equipa.
Motivada porque empenhada.
E foi a equipa supostamente cansada a dar uma lição de entrega às vedetas poupadas ao esforço do meio da semana.
Maxi não deu espaço a Rodriguez.
Sidnei dominou com garbo o poderoso Hulk.
Lucho raramente se libertou de Katsouranis e Yebda.
David Luis vulgarizou quem tentou o corredor direito.
E estivesse Suazo em melhores condições físicas, fosse Di Maria um pouco menos egoísta, mas sobretudo, fosse Pedro Proença mais competente e o resultado seria outro.
O líder do campeonato seria hoje mais justo.
E o futebol mais apaixonante.

Pedro Rui
(para a Ana, sem concessões...)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Pedro Mantorras

Se avaliarmos o valor de um indivíduo em função dos afectos criados, então Pedro Mantorras não tem rival no panorama do futebol Português...
E se não é hoje um jogador de excepção, deve-o à crueldade do futebol.
Aos azares da vida, que lhe roubaram a carreira, mas não impediram a veneração dos Benfiquistas.
Pelo contrário.
A sua capacidade de sobrevivência serviu apenas para o elevar à categoria de lenda.
Porque, cada vez que o seu joelho sucumbe, cada vez que lhe decretam o fim da carreira, ele teima em renascer e surgir, imorredouro e messiânico, qual D. Sebastião emergindo do Tejo no Cais das Colunas.
Como subiu ao relvado da Luz no meio do dilúvio, no último domingo.
Onde, apesar do dilúvio e depois de meio campeonato perdido, lhe bastaram 4 minutos para fazer o que melhor sabe: salvar o Benfica.
Com magia negra.
Porque basta-lhe levantar-se do banco para as bancadas se transfigurarem.
A sua entrada em campo, faz a equipa transcender-se.
E quando Mantorras marca,o transe colectivo instala-se no estádio.
É assim Pedro Mantorras.
Pertence-nos.
É património do Benfica.

Pedro Rui