domingo, 29 de junho de 2008

Europa

Afinal vamos ter uma final Europeia.
Já rumaram a casa os outsiders.
Rustu imitou Ricardo. Hiddink fez lembrar Scolari.
Restaram os vizinhos espanhóis e os frios alemães. Polacos e brasileiros incluídos.
Imperou a lógica geográfica, mas confesso que torcia por outra final.
Preferia que houvesse Euro para lá dos Urais.
Que houvesse festa para além do Mar Negro.
Imperou a velha Europa.
A Turquia deve chorar ainda a injustiça que o futebol pode ser.
A crueldade que pode conter, ao coroar uma equipa cinicamente eficaz, crucificando quem mais contribuíu para o espectáculo...
Porque o futebol teria sido melhor servido se a Mannschaft tivesse sucumbido aos pés da paixão turca.
Essa paixão que quase fez história. Essa Turquia que quase foi Europa.
A Mannschaft, essa é a mais fraca de que me lembro.
Já na outra meia-final, a justiça prevaleceu.
A Rússia, que surpreendeu ao eliminar a espectacular Holanda, voltou à apatia e passividade que lhe reconhecemos.
Hiddink incluído. Chegou a lembrar o Scolari dos últimos jogos.
O Scolari
pós-Chelsea...
Chocou com uma forte selecção Espanhola. A mais forte de que me lembro.
Mas essa selecção, que, apesar de poder ser um justo campeão Europeu, não me convence inteiramente.
Contém em si uma característica tipicamente Espanhola: a vaidade.
Parte da equipa pavoneia-se no campo como se fossem os melhores do mundo. Como se essa fosse uma verdade absoluta, para além de qualquer dúvida razoável.
Falo de Torres, que falha golos com a displicência dos eleitos. Mas isso perdoa-se apenas aos eleitos...
Falo de Marchena, e da sua sobranceria, como se do melhor central do mundo se tratasse. Mas está longe, muito longe disso.
Falo de Villa, David Villa, a vaidade em pessoa... Mais Espanhol impossível.
Felizmente há uma outra Espanha.
A de Senna, esse
unsung hero, humilde mas genial. E nascido em São Paulo.
A de Casillas, o Real Casillas, imperial e seguro. Sempre.
A de David Silva, cuja inteligência merece por si só a final.
A de Fábregas e Guiza, que cumprem com garbo e simplicidade a sua missão.
Resta saber quem dominará a final.
A Alemanha não será concerteza.
Se for a cigarra teremos a Mannschaft coroada.
Se for a formiga teremos um campeão Ibérico.
Por mim que vença a formiga.
E que a cigarra faça a festa.
Y que viva la España.

Pedro Rui