terça-feira, 26 de maio de 2009

10

A um nº10, mais do que a qualquer outro jogador, pede-se inteligência.Exige-se clareza de ideias, rapidez de pensamento, capacidade de previsão.
Se dentro do campo Rui Costa revelou essas qualidades, fora dele revelou uma preocupante falta de visão estratégica.
Deixou-se encurralar junto aos centrais, cedeu as linhas de passe e perdeu a possibilidade de organizar o jogo. Nessa posição, o máximo a que pode ambicionar é aliviar a bola, não comprometendo ainda mais o jogo.
E esperar por um qualquer golpe de génio que inverta a tendência dos acontecimentos.
Porque, seja qual for o desfecho do caso Quique Flores, Rui Costa já perdeu.
Se Quique sair, o seu plano, apresentado há um ano aborta sem honra nem glória.
E arrasta o Benfica para mais do mesmo.
Para a via crucis habitual: novo treinador, renovação de balneário, mais um ano perdido.
Se assim for, não me admiraria se etivessemos, em Maio de 2010 a discutir quem será o sucessor de Jorge Jesus.
Mas, se Quique ficar, como apesar de tudo desejo, a sua legitimidade surgirá irremediavelmente diminuida.
Porque, ao responder com um ensurdecedor silêncio aos sucessivos títulos da voraz imprensa desportiva, Rui Costa deixou pairar sobre a cabeça de todos o fantasma de que, se o Espanhol ficar será apenas porque o Benfica não quer ou não pode pagar a cláusula de rescisão de 3.500.000€.
Caiu num redil para o qual eu não vejo saída.
Espero que ele veja.
Porque se com a camisola vermelha, viola ou rosso-nera Rui Costa sempre me encantou, espero agora que, de fato e gravata me surpreenda com um toque de génio.
Ou um golo de levantar a Luz.

Pedro Rui

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