quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Valência

Cidade que não acarinhou Aimar, não é para mim merecedora de particular respeito.
Rumei, por isso, a Valência sem grandes expectativas.
Entretanto demorei-me na majestosa Ávila.
Passeei-me sem pressa pela magnífica Toledo.
Tudo para retardar a chegada a terras de Joan de Joanes.
Mas, ao contrário da gélida e cinzenta viagem, o dia amanheceu solarengo em Valência.
E o mediterrâneo surgiu-me encantador no Passeig Neptú. Onde, apesar dos 5ºC, espanhóis de provecta idade se protegiam com bronzeador do insano Sol de inverno.
Como encantador me surgiu o centro histórico. Onde se chega adentrando as Torres dels Serrans, vindo da ponte com o mesmo nomeDepois de percorrer os  elegantes Boulevards da margem esquerda do que outrora foi o Túria.
Depois de me demorar, extasiado, com o impressionante Museo de las Bellas Artes.
E antes de me encantar com a megalomania deliciosa da Ciutat de les Arts i les Ciències, projectada pelo Valenciano Calatrava.
Localizada no surreal leito seco do Túria, desviado há décadas, onde coexistem parques, percursos, lagos e campos de futebol. Muitos campos de futebol.
E cidade com futebol nas veias é certamente merecedora de respeito.
Olhei então com outros olhos para o Mestalla, construído sobre um canal de rega de quem herdou o nome.
Lembrei-me então de Kempes, Mendieta, mas sobretudo de Cañizares. De morcego ao peito.
E finalmente bendisse a opção por Valência, neste carnaval.
E anseio um regresso breve.
"...
Valencia, al sentir como perfuma de tus huertas el azahar,
quisiera, en la tierra valenciana, mis amores encontrar.
..."

Pedro Rui
Valencia, 16 de Fevereiro de 2010





Sem comentários: