quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Enke

Soube-o quando cheguei a casa, depois do futebol.
Li a notícia pouco depois de ter tirado as luvas de guarda-redes.
Ironia.
Desapareceu um dos responsáveis por, ainda hoje, quase nos 40, continuar a sair de casa à noite, debaixo de chuva e frio para uma hora de prazer, defendendo uma baliza.
Porque o gozo imenso e inexplicável que tenho dentro do campo é indissociável do prazer enorme que sentia ao ver homens como Preud'Homme e Enke jogar.
Também Baía, Buffon, ou mesmo Ricardo.
Mas Preud'Homme e Enke terão sempre o seu lugar especial. De lendas.
Robert Enke morreu ontem.
Desapareceu, esmagado por uma vida sofrida.
Que ninguém o julgue pelo seu acto.
Mas que o recorde pelo que de melhor fez.


Pedro Rui
Porto, 11 de Novembro de 2009

3 comentários:

Anónimo disse...

O suicídio não me choca, acredito que é um direito que assiste a cada ser humano.
ANA GRICHETCHKINE

joão disse...

Julgar porquê e o quê?
Já que não pedimos para "aparecer" podemos decidir "desaparecer".

last frontier disse...

Que grande filósofo me saiu este guarda-redes...