sábado, 21 de novembro de 2009

South Africa

Acredito num bom mundial.
Digo-o agora, com as ideias claras.
Antes da euforia se instalar neste cantinho da Europa.
Antes de ver bandeiras em toda a parte.
Antes de os jornais se pintarem com as cores nacionais.
Antes de os Black Eyed Peas invadirem as rádios.
Digo-o depois de ter encarado o play-off com indiferença.
Depois de ter perdido o entusiasmo de ver Portugal jogar.
Depois de esquecer os nomes dos titulares.
Depois de ter remetido a minha camisola nº 10 ao fundo da gaveta.
Mas digo-o convicto.
Porque, antes de o marasmo se instalar, lembro-me de um jogo fantástico com a Dinamarca, na Luz.
Um jogo digno de qualquer fase final de um mundial.
E porque depois de a indiferença de mim se apossar, vi um jogo pragmático e inteligente.
Em Zenica, sob condições terríveis.
E, esses dois momentos, discretos como devem ser todos os momentos de revelação, mostraram que a Selecção sabe jogar.
De peito aberto, mas também de coração fechado.
Apaixonada quando necessário, cínicamente controladora quando exigido.
Contagiada pelo público se este o merece, de costas para as bancadas quando o recato se impõe. 
Que se mantenha assim.
Que saiba vestir o fato de gala ou o macacão.
E que ambos lhe fiquem bem.
Queira a sorte que a mão de Henry não nos saia na rifa, e faremos um bom mundial.


Matosinhos, 20 de Novembro de 2009

1 comentário:

Anónimo disse...

Oxalá tenhas razão, Pedro! :-)
Ana Grichetchkine