Dele direi que foi a primeira pessoa a deixar-me a certeza de que o pouco tempo que
partilhámos foi isso mesmo: pouco.
Porque foram escassas as luminosas noites de Santo António dos Cavaleiros.
Escassas mas intensas, cheias. De desbragada conversa, de excessos gastronómicos, de vapores etílicos.
E foram escassas porque as julgava abundantes.
Haveria sempre um amanhã, depois do hoje.
O tempo era no fundo um bem inesgotável.
Mas essa certeza desabou, quando na manhã de 6 de Outubro, ouvi na TSF a curta notícia da morte do Júlio Pinto.
Não desabou, no entanto, tudo o que sem saber me deixou.
E deixou-me a certeza de que o mundo não é exactamente preto e branco, tal como o via.
De que não há verdades absolutas, e não há, sobretudo, verdades inquestionáveis.
De que o nosso percurso na vida não é tão simples como uma linha recta.
O dele não foi.
E talvez por isso o recorde hoje.
Com saudade e com admiração.
Pedro Rui
http://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlio_Pinto
http://rprecision.blogspot.com/2005/10/jlio-pinto.html
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário